quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nutricosméticos: entenda até que ponto essas pílulas agem em favor da beleza


Os nutricosméticos são a prova cabal de que a beleza vem de dentro para fora. “Produzidos a partir de alimentos funcionais ou suplementos alimentares, eles concentram vitaminas, sais minerais e outras substâncias fundamentais à saúde do organismo”, diz a dermatologista Roberta Vasconcelos, de São Paulo. “E também participam de reações químicas importantes no interior das células, promovendo a restauração dos tecidos”, complementa o dermatologista Adriano Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele (IPTCP), que resume: “São autênticas pílulas da beleza”.

De fato, os benefícios que os nutricosméticos podem proporcionar à saúde e à beleza são importantes. Eles atuam para melhorar a firmeza da pele e atenuar rugas, reduzir a vermelhidão causada pela exposição solar assim como a própria ação nociva do sol, diminuir os sintomas da caspa, aliviar o aspecto da celulite, fortalecer unhas e cabelos e até amenizar os sintomas da TPM. “Pensando em efeitos de curto prazo, os que protegem a pele dos raios solares mostram resultados mais interessantes”, diz Roberta Vasconcelos. Concorda com ela a médica nutróloga Marcella Garcez Duarte, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia: “A maior causa dos sinais de envelhecimento cutâneo é a radiação UV e o uso de nutricosméticos com propriedade fotoprotetora oral é o que tem mais comprovação científica”. Mas ainda assim eles não dispensam o filtro solar convencional.

O que diz a ciência

Apesar de existirem algumas pesquisas científicas sobre os nutricosméticos, elas ainda não são conclusivas. “A maior parte delas foi realizada pelos próprios laboratórios que produzem os suplementos. Mas a credibilidade é maior quando esse tipo de estudo é feito por instituições imparciais, como universidades, por exemplo”, afirma Roberta. No entanto, na prática, a eficácia dos nutricosméticos vem sendo comprovada pelos médicos. Em uma escala de zero a dez, o dermatologista Adriano Almeida daria oito e a nutróloga Marcella Duarte, daria entre seis e sete para a eficácia dessas cápsulas.

Os componentes

As substâncias que mais aparecem na fórmula dos nutricosméticos são as vitaminas C, E e B12; os minerais cobre, zinco, silício; substâncias antioxidantes, como licopeno (retirado do tomate), chá verde, cacau, resveratrol (encontrado na uva), picnogenol (extraído da casca do pinheiro), isoflavonas (produto da soja). “Porém, vale lembrar que o que caracteriza um nutricosmético é justamente um complexo de ativos combinados, com uma alta tecnologia, para um determinado benefício”, destaca a dermatologista Roberta Vasconcelos, da USP. O que não significa que o consumo de suplementos com um único ativo – como óleo de linhaça, vitamina C e óleo de coco, por exemplo – não seja eficaz, tudo depende do objetivo do tratamento.

Ação combinada

Apesar de nutritivas, as cápsulas não substituem uma dieta balanceada no dia-a-dia. “Eles agem juntos”, garante Adriano. Roberta ressalta ainda que os nutricosméticos também não substituem os produtos tópicos, ou seja, não dá para deixar de usar cremes ou protetor solar. Em suma, apesar de eficaz é um tratamento que não age isoladamente. “Os nutricosméticos atuam com mais eficácia quando a pessoa tem hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis e ainda usa produtos tópicos nos cuidados com a pele”, afirma Marcella Duarte. Mas de fato, parece que as cápsulas fazem diferença. “Um estudo provou que mulheres que tomaram esse tipo de cosmético obtiveram melhor resultado no preenchimento de rugas com ácido hialurônico”, diz a doutoranda da USP, se referindo à pesquisa realizada em Monza, na Itália, em 2009, pelo Clinical Research and Bioengineering Institute.

Resultados

Estima-se que em médio e longo prazo se obtenha os efeitos plenos do tratamento. “Com o uso contínuo, a melhora é progressiva, iniciando logo que se começa a usar. Em caso de descontinuidade não haverá a ação plena da substância sobre o organismo, o que resultará na diminuição ou ausência de seus benefícios”, avisa o dermatologista Adriano Almeida, que calcula três meses como um período razoável para se sentir os efeitos das cápsulas e recomenda que o consumo seja regular, sem pausas. Para Marcella Duarte pode ser necessário fazer intervalos no uso ou substituir uma formulação por outra, de acordo com a necessidade do organismo no momento. Mas no geral, as pílulas da beleza podem ser usadas continuamente e sem riscos. O único risco é reduzir ou anular seu efeito, no caso de abandonar o consumo.

Com informações do UOL.

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